O Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) fecha o ano de 2018 com um balanço de conquistas em todas as suas áreas de atuação. No primeiro ano em que se tornou independente do Orçamento do Governo do Paraná, o Tecpar se reinventou e buscou novos negócios para manter-se em crescimento.
Desde 1º de janeiro de 2018 não participa mais do Orçamento do Estado, o que representou um desafio extra à instituição, disse o diretor-presidente Júlio C. Felix. “Essa decisão requereu e ainda requer muito esforço para o instituto, mas ao assumirmos esse desafio complexo conseguimos reinventar a empresa”, salientou.
A independência do instituto decorreu do fato de ter sido selecionado como fornecedor de medicamentos e vacinas ao Sistema Único de Saúde (SUS), o que elevou a perspectiva de faturamento do instituto significativamente, comprometendo o Orçamento do Estado em função da Lei do Teto dos Gastos Públicos e da Lei de Responsabilidade Fiscal.
Por essa razão e para manter o compromisso assumido com o Ministério da Saúde com as Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDP), o Tecpar se tornou independente do Orçamento do Estado em 2018.
Na área da Saúde, se firmou como laboratório público oficial, fornecedor de medicamentos ao Ministério da Saúde. Para o Centro de Desenvolvimento e Produção de Medicamentos Biológicos, em Maringá, garantiu investimento de R$ 200 milhões do Governo do Estado e do Ministério da Saúde. O recurso será usado para construção e aquisição de equipamentos.
Entre os medicamentos que serão produzidos no local, dentro da Plataforma de Biológicos para Doenças Autoimunes, estão os produtos indicados para o tratamento de artrite reumatoide Infliximabe, Adalimumabe e Etanercepte.
Na Plataforma de Biológicos Oncológicos estão os medicamentos indicados para o tratamento de câncer Rituximabe, Bevacizumabe e Trastuzumabe. Este último, usado no tratamento de câncer de mama metastático, já está sendo vendido pelo Tecpar ao ministério, significando 100% da demanda de 2018.
Outra linha de cuidados do Tecpar está sendo desenvolvida com o Centro de Desenvolvimento e Produção de Medicamentos Sintéticos, unidade do instituto voltada a medicamentos sintéticos localizado no câmpus da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG).
O instituto investirá, com recursos do Ministério da Saúde, R$ 35,9 milhões para a modernização do centro, que já conta com um laboratório de Controle da Qualidade, de Garantia da Qualidade e Armazenagem/Distribuição.
A unidade de Ponta Grossa terá escala industrial, com capacidade de produção de 200 milhões de comprimidos/ano e 100 milhões de cápsulas/ano, quantidades suficientes para suprir a demanda do Ministério da Saúde com medicamentos definidos como estratégicos pelo Tecpar. Entre os medicamentos selecionados para fornecer ao SUS estão os usados no tratamento do câncer de mama, Anastrazol e Letrozol, e para o tratamento de câncer de próstata, Abiraterona.
Vacina antirrábica
O Centro de Desenvolvimento e Produção de Medicamentos Imunobiológicos, em Curitiba, fechou o ano com uma importante conquista: o Tecpar obteve do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi) a concessão da patente do processo produtivo da vacina antirrábica veterinária.
O instituto produz a vacina antirrábica há mais de 40 anos para as campanhas de vacinação do Ministério da Saúde e ao longo deste período utilizou diferentes métodos de produção. A presente metodologia utiliza células BHK-21 (Baby Hamster Kidney) e vírus PV (Pasteur Virus) em método de perfusão, processo produtivo que recebeu a carta-patente.
No centro, o Tecpar tem projetos para fornecer, a partir de 2019, além da vacina antirrábica veterinária, as vacinas pentavalente, pneumocócica 23 e contra a varicela.
Em outra frente de atuação, a nanotecnologia aplicada à saúde, o Tecpar, junto com a Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), lançou o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Nanotecnologia Aplicada à Saúde, em Guarapuava, sede da universidade.
Os estudos para o desenvolvimento e produção de nanomedicamentos para o tratamento do câncer cerebral serão realizados na Unicentro, para, posteriormente, o Tecpar apoiar a etapa de produção em escala industrial.
Fonte: TECPAR