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Fiocruz – Os 120 anos do ‘Instituto Soroterápico Federal’

Em 25 de maio de 2020, a Fundação Oswaldo Cruz completou 120 anos. Referência de saúde pública em áreas de atuação tão diversas como ensino, pesquisa, comunicação, história, atendimento médico e ambulatorial, dentre outras, a criação da Fiocruz foi motivada pela necessidade de o Brasil dar resposta à uma epidemia que acaba de chegar ao Brasil, através inicialmente da produção de imunobiológicos.

Ao nascer em 25 de maio de 1900, com o nome de Instituto Soroterápico Federal, a Fiocruz foi uma resposta à solicitação feita em 22 de agosto de 1899 por Cesário Alvim, então prefeito do Rio de Janeiro, na época Distrito Federal, a Pedro Affonso Franco (Barão de Pedro Affonso) para a produção de soros contra a peste bubônica.

A doença, que teve sua primeira pandemia registrada no século VI atingindo todos os territórios do Império Romano e no século XIV dizimou cerca de 25% da população europeia, foi notificada em 1855 na província chinesa de Yunnan e se propagou pelo território do país asiático até atingir Cantão e Hong Kong em maio de 1894. Dos portos do sul da China, a peste chegou até a América do Sul pelo Paraguai e Argentina.

Dois meses após o pedido de Cesário Alvim, a peste chega ao Brasil pelo porto de Santos (SP), em outubro de 1899. Pouco antes havia aportado no país, após período de estágio na França, principalmente no Instituto Pasteur, um médico sanitarista de nome Oswaldo Gonçalves Cruz.

Do mesmo Instituto Pasteur, o suíço Alexandre Yersin havia descoberto em 1894 o agente etiológico – batizado Pasteurella pestis – em Hong Kong e começou o preparo das primeiras vacinas para combater a epidemia.

É no seio dessa emergência sanitária, e da necessidade de produzir o imunobiológico para combatê-la, que o Governo Federal designa Oswaldo Cruz, e o Governo do Estado de São Paulo designa com Adolpho Lutz e Vital Brazil, para juntos pesquisarem o que ocorria em Santos.

Confirmado que se tratava de peste bubônica, as autoridades sanitárias decidiram acelerar a criação de laboratórios para produzir a vacina e o soro contra a peste. O Barão de Pedro Affonso, fundador em 1894 do Instituto Vacínico Municipal do Rio de Janeiro, primeiro produtor de vacina contra a varíola do Brasil, propõe a criação do Instituto Soroterápico Federal.

Cesário Alvim cede a Fazenda de Manguinhos, propriedade de 35.000 metros quadrados pertencente à prefeitura e convenientemente distante da região habitada e urbanizada da cidade, para a atividade de produção.

E, em 25 de maio de 1900, Barão de Pedro Affonso comunica à Diretoria Geral de Saúde Pública que começariam nesta data os trabalhos do laboratório de Manguinhos, “esperando em breve poder começar o trabalho de inoculação nos cavalos”.