Crianças infectadas pela variante ômicron do vírus SARS-CoV-2 apresentam sintomas diferentes dos manifestados em adultos. A descoberta parte de médicos que veem o aumento da hospitalização de crianças positivas para Covid-19 em diferentes partes do mundo. Médicos britânicos observaram que boa parte das crianças infectadas recentemente pela nova cepa apresentava manchas e irritações cutâneas na pele, além dos sintomas já atrelados à ômicron como fadiga, dores de cabeça e perda de apetite. Já aqui no Brasil, crianças estão sendo internadas com quadros agudos de diarreia, desidratação e pneumonia, principalmente as menores de dois anos.
“Sempre tivemos um pequeno grupo de pacientes com Covid-19 que manifestavam irritações cutâneas, mas até 15% das crianças com a ômicron estão tendo uma irritação incomum”, disse o clínico geral David Lloyd, de Londres, em entrevista à imprensa britânica.
O médico disse à Sky News que a diferença nos sintomas relacionados à variante era “bastante importante”.
A pediatra Caroline Peev, do Hospital Infantil Sabará, em São Paulo-SP, afirma que as crianças não vacinadas e as menores de dois anos são as que mais chegam à unidade com os sintomas relatados.
“Vemos mais crianças que internam com desidratação, febre persistente e diarreia. Nas crianças com algum acometimento pulmonar, apresentam pneumonia”, diz.
A infecção pela Covid-19 pode causar mais sintomas nas crianças de maneira geral, segundo levantamento do Intermountain Primary Children´s Hospital, hospital pediátrico nos Estados Unidos.
Segundo os especialistas do hospital, os sintomas mais comuns da Covid-19 em crianças são febre, tosse, dificuldade para respirar e problemas gastrointestinais como dor de barriga, náusea, vômito e diarreia. Outras queixas incluem dores de cabeça, dores musculares, perda de paladar e olfato e sintomas de resfriado. A doença pode ser mais grave em algumas pessoas, enquanto outras não apresentam nenhum sintoma.
Sintomas gerais da ômicron
Os sintomas mais comuns entre os infectados pela ômicron são febre, coriza, dor de garganta e dor no corpo, diferentes dos atribuídos à versão original do SARS-CoV-2, como a perda de paladar e de olfato.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) indica que no surgimento de alguns destes sintomas, o ideal é fazer um teste do tipo RT-PCR ou de antígeno para comprovar o diagnóstico.
A ômicron foi detectada e anunciada pelo Instituto Nacional de Doenças Transmissíveis da África do Sul (NICD) em 25/11 de 2021 a partir de amostras retiradas de laboratório, após a médica Angelique Coetzee, presidente da Associação Médica da África do Sul, observar uma mudança no perfil sintomático dos pacientes com Covid-19. Eles relatavam cansaço extremo, dores pelo corpo, dor de cabeça e garganta, a maioria com quadros leves, e quase metade não havia sido vacinada. Ainda em novembro a OMS incluiu a ômicron na sua lista de variantes de preocupação, ou seja, com mais mutações, mais transmissíveis e com mais chances de causar doenças graves.
Estudos preliminares dos EUA e do Japão demonstraram que o tempo de incubação (período entre a infecção e o aparecimento dos sintomas) da ômicron no organismo é de três a cinco dias.