Eleita durante o I Congresso dos Laboratórios Farmacêuticos Oficiais, realizado em Brasília de oito a dez de agosto 2023, a Comissão Técnica de Aquisição de Bens e Serviços vem pautando os seus trabalhos por três recomendações prioritárias.
A primeira delas trata da criação de um Programa de Qualificação de Fornecedores, seguida do desenvolvimento de uma Cultura da Qualidade e Compromisso da Alta Direção dos LFOs, vindo em terceiro lugar o Acesso aos bancos de dados para Gestão de Processos de Aquisição com objetivo de minimizar possíveis falhas.
A Oficina de Aquisição contou com a contribuição da súmula do Worklab “Construindo soluções para os desafios dos laboratórios públicos”, realizado em 2021 por meio de uma parceria entre a Associação dos Laboratórios Farmacêuticos Oficiais do Brasil – ALFOB e a Fundação Ezequiel Dias – Funed, com a participação de 23 profissionais de diversos Laboratórios Oficiais.
A partir desse documento, as discussões realizadas durante a Oficina indicaram nove recomendações, utilizando o Método de Análise e Solução de Problemas – MASP, processo que contou com a moderação, relatoria e facilitação do assessor e pesquisador de Projetos Estratégicos da Diretoria de Pesquisa e Desenvolvimento da Funed, Wallace Mateus Prata e também de Antônio Carlos Morais, assessor de Relações Institucionais da Fundação Oswaldo Cruz – Fiocruz, especialista em regulação sanitária de medicamentos e Boas Práticas de Fabricação.
As três ações de maior prioridade diante dos problemas identificados foram eleitas pelos 21 técnicos dos LFOs participantes da Oficina com base no método da Matriz Gravidade, Urgência e Tendência – GUT.
Nivelamento e qualificação
Presidente da Comissão Técnica de Aquisição de Bens e Serviços, a farmacêutica industrial Débora Araújo Othon explica que o grupo já realizou dois encontros após o Congresso.
Segundo ela, o primeiro deles teve o objetivo de pactuar regras para os trabalhos da Comissão, com base no Estatuto da ALFOB e no Regimento da Comissão, abordando questões tais como as funções atribuídas, condições para a participação e confidencialidade de dados.
Débora, que é chefe de Desenvolvimento de Produtos Farmacêuticos no Núcleo de Pesquisa em Alimentos e Medicamentos – Nuplam, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN, conta que no segundo encontro foi iniciado um processo de “nivelamento” entre os membros da Comissão.
– Os Laboratórios Oficiais apresentam propósitos, níveis de evolução e fornecedores diferentes entre si, então, é importante compartilharmos essas questões. O papel da Comissão é promover essa interação, para que todos “falem a mesma língua”. Isso aumenta a adesão e permite trabalharmos futuramente com uma linha de documentação que atenda às necessidades de todos os membros, comenta.
A presidente da Comissão Técnica afirma que a instituição do Selo ALFOB de Certificação da Qualidade dos Fornecedores é um dos objetivos estratégicos a serem atingidos.
De acordo com ela, para isso, será necessário o grupo percorrer um processo trabalhoso que envolve muitos requisitos, cada um deles com muitas especificidades a serem observadas.
Outra participante da Oficina de Aquisição de Bens e Serviços, a farmacêutica Andreza Azevedo de Medeiros, titular da Gerência Industrial do Nuplam/UFRN, comenta que esse processo de interação e conhecimento mútuo é muito importante para que todos os membros da Comissão se sintam à vontade para participar.
Para ela, como um dos pontos primordiais é qualificar os fornecedores, torna-se necessário que os 15 Laboratórios Oficiais que participam da Comissão estejam em um mesmo nível de qualificação. “É preciso se qualificar para qualificar o fornecedor”, resume.
A Comissão foi eleita durante esta Oficina realizada no I Congresso dos Laboratórios Farmacêuticos Oficiais- baseada no MASP
Área restrita – Ambas as farmacêuticas saudaram a iniciativa da ALFOB de instalar uma área restrita no site da instituição reservada à Comissão de Aquisição, pois isso permite que as referências documentais consultadas e construídas pelo grupo possam ser compartilhadas para todos.
Outros pontos positivos assinalados por elas são a segurança da informação e a confidencialidade dos dados, além do fato de que a área restrita se constitui como um repositório que permite a organização e arquivamento do acervo documental segundo critérios técnicos e metodológicos adequados, permitindo, inclusive, consultas futuras aos profissionais, pesquisadores e demais interessados nos temas abordados.