A criação de uma Comissão Interdisciplinar de Qualificação é outra proposta para viabilizar o Selo de Auditoria ALFOB, a ser emitido aos fornecedores avaliados.
Os Laboratórios Oficiais Associados poderão contar, em breve, com um Acordo de Colaboração Técnica, a ser celebrado pela ALFOB, para realizarem processos de auditoria de forma integrada ou conjunta.
A modelagem do Acordo está sendo elaborada pelos membros da Comissão Técnica de Aquisição de Bens e Serviços da ALFOB, com previsão de que uma primeira versão será concluída até o final de julho de 2024 para as primeiras avaliações.
A proposta da Comissão de Aquisição é que o Acordo de Colaboração Técnica possa viabilizar a criação de uma Comissão de Qualificação de Insumos Farmacêuticos e Serviços “BPF Relevantes”, incorporando normas e regulamentos em vigência nas esferas estaduais. A sigla BPF significa Boas Prática de Fabricação.
Esta Comissão de Qualificação, por sua vez, será decisiva para a instituição do Selo de Auditoria ALFOB. Aprovado pelo I Congresso dos Laboratórios Oficiais, em 2023, o Selo deverá ser emitido para fornecedores de empresas auditadas pelos Laboratórios Associados.
Esse conjunto de propostas resultaram de uma Oficina de Trabalho da Comissão de Aquisição de Bens e Serviços da ALFOB, realizada no Rio de Janeiro, nos dias 27 e 28 de junho (foto acima).
Oficina de Trabalho
Organizados em grupos e em plenária, os 20 participantes da Oficina de Trabalho da Comissão Técnica também avançaram na especificação das matérias-primas e materiais de embalagem e elencaram fornecedores já avaliados por Laboratórios Oficiais, permitindo que, no futuro, essas validações possam ser compartilhadas, gerando ganhos de escala para o conjunto dos Laboratórios Associados.
Outro desdobramento foi a proposta do caráter interdisciplinar dessa Comissão de Qualificação, incorporando em sua composição membros da Comissão de Política da Qualidade, com objetivo de que a qualificação dos fornecedores gere maior efetividade produtiva e tecnológica nas plantas industriais de fármacos, insumos, imunobiológicos e outros produtos para a saúde.
A Oficina promoveu, ainda, uma discussão sobre a necessidade de que haja um esforço institucional para promover a atualização e revisão de leis, normas e regulamentos que disciplinam a aquisição de insumos e estabeleceu e elegeu este como um dos temas de discussão para o II Congresso dos Laboratórios Oficiais, que será realizado em 2025.
Objetivos alcançados
A presidente e vice-presidente da Comissão Técnica de Aquisição, Débora Aquino, do Núcleo de Pesquisa em Alimentos e Medicamentos da Universidade Federal do Rio Grande do Norte – Nuplam e Maria Aparecida Galvão, da Fundação Ezequiel Dias – Funed afirmaram que o resultado do encontro presencial foi muito positivo e produtivo.
“Alcançamos os objetivos propostos de intensificar os trabalhos da comissão, melhorar a integração do grupo e estabelecer maior proximidade da equipe de trabalho”, relataram.
Uma palestra orientada pelo tema Experiência de implantação de sistema de qualificação de fornecedor – da aquisição à qualificação de fornecedores abriu a Oficina de Trabalho da Comissão Técnica de Aquisição. Proferida por Aline Paiva e João Renato Valente, da Equipe de Bio-Manguinhos, foi avaliada pela Comissão como “extremamente enriquecedora”, uma vez que possibilitou uma discussão sobre a complexidade do processo em suas diversas etapas.
Em seguida, já em formação de grupos, os participantes da Oficina de Trabalho se debruçaram sobre o desafio “como comprar melhor”, em que abordaram, separadamente, as especificações que devem orientar a qualificação do processo de compra e, em complemento, a formação de listas de fornecedores já qualificados por Laboratórios Associados específicos.
Também em relação a esse esforço foram definidas como próximas etapas a formação de elenco de fornecedores de serviços de transporte e armazenamento, descarte de resíduos e, por fim, serviços de qualificação/certificação, manutenção e calibração.
Selo ALFOB – O secretário executivo da ALFOB, Luiz Marinho, afirma que, entre os objetivos do Selo de Auditoria ALFOB, destacam-se, para os Laboratórios Oficiais, a redução de custos e de recursos humanos, otimização de processos, padronização de metodologias e cumprimento do requisito legal.
Já para os fornecedores, ele contabiliza como vantagens o reconhecimento de qualidade, valorização, ganho de escala, ampliação de mercado e redução no número de auditorias.
De acordo com Marinho, para a ALFOB, o selo representa mais um passo no fortalecimento da sua missão de dar suporte institucional à atuação dos Laboratórios Associados, além de potencializar a reputação da rede pública de produção, ensino, pesquisa e inovação.