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Associação dos Laboratórios Farmacêuticos Oficiais do Brasil

Medicamentos

Você sabe a diferença entre remédio e medicamento? Remédio vem do latim remedium, aquilo que cura. 

É um termo mais amplo que medicamento. Remédios são todos os recursos utilizados para curar ou aliviar a dor, o desconforto ou a enfermidade. Um preparado caseiro com plantas medicinais pode ser um remédio, mas ainda não é um medicamento.

Remédio é aplicado a todos os recursos terapêuticos utilizados para combater doenças ou sintomas, como: repouso, psicoterapia, fisioterapia, acupuntura, cirurgia e outros. 

Muitas vezes, não há necessidade de utilizar medicamentos para resolver problemas de saúde, um remédio já pode fazer efeito. Por exemplo, uma compressa fria em casos de contusão por uma queda.

Cuidado, nem todos os remédios são isentos de risco! Por exemplo, o uso de vários chás e preparados de plantas podem causar reações adversas importantes.

Já o medicamento provém do latim medicamentum, vocábulo que tem o mesmo radical de médico, medicina, medicar e outros. Os medicamentos são substâncias ou preparações que se utilizam como remédio e são elaborados em farmácias ou indústrias farmacêuticas, atendendo a especificações técnicas e legais.

Medicamento é o produto farmacêutico, tecnicamente obtido ou elaborado, com finalidade profilática, curativa, paliativa ou para fins de diagnóstico. Portanto, a partir desta definição, os medicamentos podem ser assim classificados.

  • Profiláticos: ajudam a evitar doenças, tal como os soros, as vacinas, os complementos vitamínicos e os antissépticos.
  • Curativos: visam eliminar a causa ou corrigir uma função corporal deficiente, tal como os antibióticos, os antivirais e os antiparasitários.
  • Paliativos: aliviando sintomas como dor, febre, vômito e ansiedade (estes medicamentos apenas eliminam os sintomas, o que não significa que as causas da doença tenham sido eliminadas), tal como os antiinflamatórios, os ansiolíticos ou calmantes.
  • Utilizados para diagnosticar doenças, como por exemplo, os contrastes radiológicos (renal, hepático, digestivo) e os meios auxiliares para o diagnóstico oftálmico.

Os medicamentos são capazes de promover resultados biológicos e/ou farmacológicos observados durante a utilização no ser humano, caracterizando a sua eficácia. Os medicamentos devem ser preferencialmente isentos de efeitos colaterais, adversos e tóxicos, de modo a não causar riscos ao usuário. 

Para assegurar a eficácia e a segurança são realizados os ensaios pré-clínicos (realizados in vitro e em cobaias) ensaios clínicos (realizados in vivo, são divididos em três fases).

Classificação dos Medicamentos

Medicamento fitoterápico: 

são aqueles obtidos com emprego exclusivo de matérias-primas ativas vegetais. Não se considera medicamento fitoterápico aquele que inclui na sua composição substâncias ativas isoladas, sintéticas ou naturais, nem as associações dessas com extratos vegetais. Os medicamentos fitoterápicos, assim como todos os medicamentos, são caracterizados pelo conhecimento da eficácia e dos riscos de seu uso, assim como pela reprodutibilidade e constância de sua qualidade. A eficácia e a segurança devem ser validadas através de levantamentos etnofarmacológicos, de utilização, documentações tecnocientíficas em bibliografia e/ou publicações indexadas e/ou estudos farmacológicos e toxicológicos pré-clínicos e clínicos. A qualidade deve ser alcançada mediante o controle das matérias-primas, do produto acabado, materiais de embalagem e estudos de estabilidade.

Medicamento de referência:  

É um produto inovador, registrado no órgão federal responsável pela vigilância sanitária e comercializado no País cuja eficácia, segurança e qualidade foram comprovadas cientificamente junto ao órgão federal competente por ocasião do registro, conforme a definição do inciso XXII, artigo 3º, da Lei n. 6.360, de 1976 (com redação dada pela Lei nº 9.787 de 10 de fevereiro de 1999). A empresa interessada em registrar medicamentos genéricos e/ou similares deverá utilizar obrigatoriamente o medicamento de referência constante nas listas vigentes disponíveis, de acordo com os requisitos específicos da RDC 35 de 15/06/2012, que dispõe sobre os critérios de indicação, inclusão e exclusão de medicamentos na Lista de Medicamentos de Referência.

Medicamento genérico:  

E aquele que contém o mesmo princípio ativo, na mesma dose e forma farmacêutica, é administrado pela mesma via e com a mesma posologia e indicação terapêutica do medicamento de referência, apresentando eficácia e segurança equivalentes à do medicamento de referência podendo, com este, ser intercambiável. A intercambialidade, ou seja, a segura substituição do medicamento de referência pelo seu genérico, é assegurada por testes de equivalência terapêutica, que incluem comparação in vitro, através dos estudos de equivalência farmacêutica e in vivo, com os estudos de bioequivalência apresentados à Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa. 

Os medicamentos genéricos podem ser identificados pela tarja amarela na qual se lê “Medicamento Genérico”. Além disso, deve constar na embalagem a frase “Medicamento Genérico Lei nº 9.787/99”. Como os genéricos não têm marca, o que você lê na embalagem é o princípio ativo do medicamento.

Medicamento similar: 

É aquele que contém o mesmo ou os mesmos princípios ativos, apresenta mesma concentração, forma farmacêutica, via de administração, posologia e indicação terapêutica, e que é equivalente ao medicamento registrado no órgão federal responsável pela vigilância sanitária, podendo diferir somente em características relativas ao tamanho e forma do produto, prazo de validade, embalagem, rotulagem, excipientes e veículo, devendo sempre ser identificado por nome comercial ou marca.

Medicamentos – Formas Farmacêuticas

As formas farmacêuticas são as categorias da forma física em que os medicamentos se apresentam e podem ser divididas, visando a melhor administração para cada idade ou situação clínica, facilitando a terapêutica do paciente. As formas farmacêuticas podem ser sólidas, semissólidas, líquidas ou gasosas. Podem ser classificadas também pela via de administração do medicamento sendo parenteral, oral, oftálmica, retal, vaginal, cutânea, pulmonar, nasal, sublingual, entre outras.

Formas farmacêuticas sólidas

Existem variadas formas farmacêuticas sólidas, entre elas: cápsulas, comprimidos, drágeas, granulados, pós, supositórios, anéis, adesivos, óvulos, pastilhas, tabletes, filmes, dispositivos intra-uterinos, entre outros

Formas farmacêuticas semissólidas

Se apresentam em forma de géis, pomadas, cremes, pastas, loções, unguentos, emplasto, entre outros. Normalmente usadas para aplicação tópica em pele ou mucosas, com absorção e ação local do princípio ativo.

Formas farmacêuticas líquidas

As formas farmacêuticas líquidas podem ser divididas em xaropes, emulsões, soluções, suspensões, injetáveis, extratos, tinturas, entre outros.

Formas farmacêuticas gasosas

Esse tipo de forma se resume ao produto gasoso, usado com finalidades medicinais. Se apresentam em aerossóis e sprays. Os aerossóis se caracterizam por um “nevoeiro não molhante” constituído por microgotas (cerca de 0,05 a 0,2 micrômetro de diâmetro). Instituem uma suspensão coloidal onde a etapa dispersa é o líquido e a etapa contínua é o gás. Os Sprays, por si, são parecidos com os aerossóis, no entanto, possuem partículas maiores, de aproximadamente 0,5 micrômetro. Por esse fator, são classificados como “nevoeiro molhante”.

Vias de administração medicamentosa

A via de administração pode ser caracterizada como a maneira com que o medicamento ou princípio ativo entra em contato com o corpo. Esse elemento tem a ver com o objetivo do medicamento, o local de ação e o tipo de forma farmacêutica. São várias as formas de administração de medicamentos, entre elas estão: capilar, dermatológica, oral, bucal, epidural, inalatória (por via oral ou nasal), irrigação, oftálmica, otológica, retal, intra-arterial, intra-articular, intratecal, intramuscular, intradérmica, intrauterina, intravenosa, sublingual, subcutânea, transdérmica, uretral e vaginal, entre outras.

Produtores de medicamentos desde o início dos anos 1900, os Laboratórios Farmacêuticos Oficiais atendem a diversos Programas do SUS

Desde o século passado os Laboratórios Farmacêuticos Oficiais Associados à ALFOB produzem medicamentos de origem biológica e sintética atendendo às necessidades de saúde da população brasileira.

Para focar corretamente a estratégia de inserção dos Laboratórios Farmacêuticos Oficiais Associados à ALFOB no amplo mercado que atendem, nada melhor do que conhecer a dinâmica histórica do seu desenvolvimento. 

A primeira fase histórica vai até as primeiras décadas do século XX e é claramente marcada pela produção de medicamentos de uso tópico, vacinas e soros antipeçonhentos. 

Centros irradiadores de ciência e tecnologia em saúde pública são criados, com destaque para as instituições Oswaldo Cruz, Vital Brazil, Ezequiel Dias e Butantan, todos engajados no esforço de campanhas que pudessem produzir as respostas esperadas no mais curto espaço de tempo. O quadro de precariedade das condições de vida da maioria da população brasileira será uma marca distintiva do processo saúde-doença no decorrer dos anos 1900, sendo também um dos nortes da produção Laboratórios Farmacêuticos Oficiais Associados à ALFOB.

No início da década de 1970, emerge do modelo assistencial centrado no Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (Inamps) a Central de Medicamentos (Ceme), induzindo os Laboratórios Farmacêuticos Oficiais Associados à ALFOB a assumir papel estratégico para atender a grande parte da demanda de medicamentos na rede pública de saúde de todo o País. 

Com a Constituição de 1988 e a Lei federal nº 8.080/90 (Lei Orgânica do SUS), surge uma nova organização para a assistência à saúde no Brasil. A Política Nacional de Medicamentos (Portaria GM/MS nº 3.916/98) estabelece a terminologia Assistência Farmacêutica, com financiamento pelos três níveis gestores do SUS: federal, estadual e municipal. Além da fabricação de soros, vacinas, medicamentos básicos e negligenciados, Laboratórios Farmacêuticos Oficiais Associados à ALFOB iniciaram a produção de diversos medicamentos para o Programa Nacional de DST/aids. 

Em 2008, a política do Complexo Industrial da Saúde e seu programa de financiamento, somados ao estabelecimento das Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDPs), amparadas pela Portaria GM/MS nº 2531/14 e pelo Decreto nº 9.245/17, que instituiu a Política Nacional de Inovação Tecnológica na Saúde, permitiram aos Laboratórios Farmacêuticos Oficiais Associados à ALFOB incorporar tecnologias, ampliar o faturamento e desenvolver uma política de investimentos fabris, adequando-se às normas da Anvisa.

Atualmente o conjunto de todos os Laboratórios Farmacêuticos Oficiais Associados à ALFOB produzem medicamentos para o tratamento das seguintes doenças: HIV/aids, alzheimer, artrite reumatoide, coagulopatias, diabetes, esquizofrenia, hepatite C, hanseníase, chagas, malária, tuberculose, entre outras.