Seminário promovido pela ALFOB aponta soluções e apresenta propostas para a ampliação da assistência farmacêutica da saúde pública brasileira
Cerca de 100 representantes de todos os principais atores da cadeia de produção e distribuição de medicamentos para a saúde pública do Brasil estiveram reunidos, nesta quarta-feira (9), em Brasília, discutindo propostas de melhorias para a assistência farmacêutica do SUS. O seminário O Papel dos Laboratórios Farmacêuticos Oficiais no Acesso aos Medicamentos no SUS, promovido pela Associação dos Laboratórios Farmacêuticos Oficiais do Brasil (ALFOB), apontou desafios e oportunidades para a ampliação da fabricação nacional de medicamentos e produtos para a saúde para abastecer o Sistema Único de Saúde (SUS).
Estiveram presentes tanto integrantes do Ministério da Saúde e de Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde quanto de laboratórios farmacêuticos públicos e privados. Entre os debatedores, participaram, entre outros, o diretor do Departamento do Complexo Industrial e Inovação em Saúde (Deciis), Thiago Rodrigues dos Santos, o presidente do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), Mauro Junqueira, e o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Química Fina, Biotecnologia e suas Especialidades (Abifina), Ogari Pacheco.
Reunidos, os participantes puderam expor gargalos e propor soluções para a ampliação da fabricação nacional de medicamentos e produtos para a saúde para abastecer o Sistema Único de Saúde (SUS). A coordenadora do Departamento de Assistência Farmacêutica da Secretaria Estadual de Saúde do Paraná, Deise Pontarolli, por exemplo, relatou a dificuldade encontrada pelo órgão para adquirir alguns medicamentos.
“Temos encontrado dificuldades na aquisição de pelo menos 24 itens”, afirmou a gestora. “Há risco de desabastecimento em áreas que são vitais e que poderiam ser mais bem geridas se houvesse produção desses medicamentos pelos laboratórios públicos.” Como exemplo, o presidente do Conasems, Mauro Junqueira, lembrou do recente desabastecimento de penicilina no País. “Esse é um problema gravíssimo”, pontuou.
O presidente da ALFOB, Ronaldo Dias, aproveitou os comentários para fazer um diagnóstico e apontar alguns caminhos que podem ser trilhados pelos laboratórios públicos. “Há falta de diálogo entre os envolvidos, que a gente pode resolver com encontros mais frequentes”, afirmou. “Falta aos laboratórios um entendimento mais completo das demandas específicas de Estados e municípios, o que propiciaria um planejamento mais correto sobre o que pode e deve ser produzido e por quanto pode ser produzido.”
Para iniciar a resolução das pautas, o Conasems iniciou um levantamento nacional completo das demandas de saúde dos municípios brasileiros e os participantes do seminário aprovaram a criação de um grupo de trabalho para apresentar propostas de inclusão de produtos estratégicos para o SUS, para ser apresentada ao Ministério da Saúde.
O evento contou com os patrocínios de Blanver, Cristália, Nortec Química e Novartis e com o apoio do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), do Grupo FarmaBrasil e da Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos (PróGenéricos).